Erasmo Carlos nos deixou em novembro de 2022 e sua morte completa 2 anos nesta sexta-feira (22). Nas redes sociais, Fernanda Esteves, viúva o ícone da música brasileira, tem sido uma voz constante em manter viva a memória do marido, trazendo momentos pessoais e reflexões sobre o impacto do cantor em sua vida e na de muitos outros.
No segundo ano da morte do seu marido, Fernanda Esteves descreve Erasmo como um homem de pureza e genialidade, alguém cuja presença e música deixaram marcas indeléveis. Veja:
"Hoje faz dois anos que Meu Bem se foi, e eu vivi para ver e sentir cada segundo desse período. Embora muitos acreditem que não, inconveniente e incessantemente me chamam de volta à vida. Eu vivo, e esse é o castigo que chamam de luto.
Eu falo sobre a morte, sobre as mortes, sobre a morte dele, sobre a minha morte. As pessoas não gostam de pensar na única certeza delas. Não se pode silenciar a morte e suas consequências.
Eu não consigo descrever o que Meu Bem foi e é para mim, o que vocês leem aqui é tão pouco. Não consigo descrever o que Meu Bem foi como ser humano. E Meu Bem foi tanto, que se foi. E ele se foi sendo ele. Lamento porque quem não pôde, ou não quis, absorver aquela genialidade até o último dia, aquela pureza. Pureza. Erasmo era puro, e isso pouco conheciam.
É isso. O tempo, até agora, não aliviou nada. Quem sabe a dose ainda esteja baixa. Que bom ter te olhado, que bom você ter me olhado, que bom a gente ter se olhado por tanto tempo...se existir um lugar, continua me olhando, mesmo sem te ver, meu coração te acompanha".
Erasmo Esteves, seu nome de nascimento, nasceu no Rio de Janeiro em 1941. Desde jovem, demonstrou interesse pela música, formando sua primeira banda nos anos 1960. Foi nessa época que conheceu Roberto Carlos, com quem formou uma duradoura parceria artística e pessoal. Juntos, foram figuras centrais no movimento da Jovem Guarda, que revolucionou a música brasileira.
A Jovem Guarda não foi apenas um momento de grandes realizações para Erasmo, mas também um ponto de mudança na música brasileira. O movimento ajudou a popularizar o rock no Brasil, adaptando-o à língua e à cultura local. Os sucessos "Festa de Arromba" e "Os Sete Cabeludos" são exemplos notáveis dessa fase.